O Ministério do Trabalho do Estado de São Paulo (MTSP), através da Superintendência Regional do Trabalho no Estado de São Paulo, resgatou cinco pessoas em condições de trabalho análogas a escravidão. As vítimas integravam a equipe de montagem do festival Lollapalooza Brasil.
O resgate foi realizado no dia 21 de março. De acordo com o Ministério do Trabalho, as vítimas trabalhavam cerca de 12 horas por dia, e eram obrigadas a dormir em pedaços de papelão, pois eram proibidos de deixar o local do festival.
O auditor fiscal do trabalho, Rafal Brisque Neiva, informou que os trabalhadores não tinha direito a dignidade alguma, além de serem obrigados a dormir no chão, não tinham acesso a equipamentos de proteção e até itens de higiene como papel higiênico.
“Com idade entre 22 e 29 anos, eles não tinham dignidade alguma, dormiam dentro de uma tenda de lona aberta e se acomodavam no chão. Não recebiam papel higiênico, colchão, equipamento de proteção, nada”, informou.
Em relato, uma das vítimas resgatadas informou que trabalhava no transporte de engradados de bebidas, ele conta que após o fim do trabalho era obrigado pelo chefe a dormir na tenda de depósito e ficar vigiando a carga.
Ainda de acordo com o Ministério do Trabalho, os trabalhadores foram contratados pela empresa Yellow Stripe, que presta serviços a responsável pelo Lollapalooza Brasil, Time For Fun (T4F). Também é informado que a empresa teve que pagar aos trabalhadores cerca de R$ 10 mil, e caso for realizado um pedido de idenização pelo ministério, o valor pode subir.
A Time For Fun, em pronunciamento a respeito do caso, declarou que busca sempre oferecer um local com condições de trabalho corretas e informou que proíbe que os funcionários durmam no local de trabalho.
Ainda em pronunciamento, a empresa repudiou o ato e informou que seguirá com uma postura forte diante do descumprimento das regras. “A T4F considera este um fato isolado, o repudia veementemente e seguirá com uma postura forte diante de qualquer descumprimento de regras pelas empresas terceirizadas,” diz ainda a nota.
Este não é o primeiro caso de trabalho envolvendo o festival. Uma denúncia realizada em 2019 pela imprensa brasileira, naquele houve casos de moradores de rua sendo contratados para trabalhar 12 horas por dia, e recebendo como pagamento R$ 50 reais a diária.
A denúncia foi realizada no dia 05 de abril, e relata que moradores de ruas são recrutados e levados em vans para o local, muitos deles sem assinar qualquer contrato de trabalho.
com informações de Rolling Stone